Ecossomática: reflexões acerca de práticas ecológicas ante os desafios socioambientais do Antropoceno

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/1414573103562025e0104

Palavras-chave:

antropoceno, arte, ecologia, ensino, somática

Resumo

Este ensaio propõe-se a refletir acerca da necessidade de se repensar os currículos, abordagens metodológicas, planos de ensino e espaços de formação nas artes corporais ante os desafios socioambientais presentes na época que vivemos, o Antropoceno, trazendo para o debate a ecossomática: conjunto de práticas ecológicas que visa a criação de pensamentos/ações engajados e responsivos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Cláudia Regina Garcia Millás, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Pós-doutorado pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Doutorado em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRO). Mestrado em Artes da Cena pela UNICAMP. Graduação – Licenciatura e Bacharelado em Dança pela UNICAMP. Prof. Adjunta no Depto. de Arte Corporal pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Referências

ANGUS, Ian. Enfrentando o antropoceno: capitalismo fóssil e a crise do sistema terrestre. Trad. Glenda Vicenzi e Pedro Davoglio. São Paulo: Boitempo, 2023.

AWG. Anthropocene, Working Group. Disponível em: https://quaternary.stratigraphy.org/working-groups/anthropocene. Acesso em: 14 set. 2025.

BRASIL. Lei n. 9.795 de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, [1999]. Disponível em https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm Acesso em: 16 set. 2025.

BRASIL. Lei n. 14.926 de 17 julho de 2024. Altera a Lei n. 9.795 de 27 de abril de 1999, para assegurar atenção às mudanças do clima, à proteção da biodiversidade e aos riscos e vulnerabilidade a desastres socioambientais no âmbito da Política Nacional de Educação Ambiental. Brasília, DF: Presidência da República, [2024]. Disponível em https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2024/lei/l14926.htm Acesso em: 16 set. 2025.

CARSON, Rachel. Primavera Silenciosa. São Paulo: Melhoramentos, 1969.

CLAVEL, Joanne; GINOT, Isabelle. Por uma Ecologia da Somática? Revista Brasileira de Estudos da Presença, Porto Alegre, v. 5, n.1, p.85-100, jan./abr. 2015.

CLAVEL, Joanne; GINOT, Isabelle; BARDET, Marie. Écosomatiques: penser l'écologie depuis le geste. Éditions Deuxième époque, 2024.

COSTA, Flávia. Tecnoceno: algoritmo, biohackers y nuevas formas de vida. Buenos Aires: Taurus, 2021.

CRUTZEN, Paul; STOERMER, Eugene. The “Antropocene”. Global Change Newsletter, n. 41, p. 17-18, maio 2000.

FORTIN, Sylvie. Nem do lado direito, nem do lado do avesso: o artista e suas modalidades de experiência de si e do mundo. In Wosniak, Cristiane; Marinho, Nirvana (org.). O avesso do avesso do corpo – educação somática como práxis. Joinville: Nova Letra, 2011, p. 25-44.

GIORGIO, Margherita De. Dando Forma ao Corpo Vivo: paradigmas do soma e da autoridade em escritos de Thomas Hanna. Revista Brasileiro de Estudos da Presença, Porto Alegre, v.5, n.1, p. 54-84, 2015.

GUATTARI, Félix. As Três Ecologias. São Paulo: Papirus, 2012.

HANNA, Thomas. Clinical Education. In SOMATICS: Magazine-Journal of the Bodily Arts and Sciences, v.8, n. 1, 1990.

HANNA, Thomas. What is Somatics? Journal of Behavioral Optometry, v. 2, n.2, p.31-35, 1991.

HANNA, Thomas. Somatics: reawakening the mind’s control of movement, flexibility, and health. New York: Da Capo Press, 2004.

HARAWAY, Donna. Anthropocene, Capitalocene, Plantationocene, Chthulucene: Making Kin. Environmental Humanities, v.6, p. 159-165, 2015.

HARAWAY, Donna; ISHIKAWA, Noboru; GILBERT, Scott F.; OLWIG, Kenneth; TSING, Anna L.; BOUBANDT, Nils. Anthropologists are talking – about the Anthropocene. Ethnos, v. 81, n. 3, p. 535-564, 2016.

HARAWAY, Donna. Ficar com o problema: fazer parentes no Chthuluceno. Trad. Ana Luiza Braga. São Paulo: N-1 edições, 2023.

KOHN, Eduardo. Cómo piensam los bosques: hacia uma antropologia más allá de lo humano. Buenos Aires: Hekht, 2021.

KOLBERT, Elisabeth. A sexta extinção: uma história não natural. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2015.

KRENAK, Ailton. A vida não é útil. São Paulo: Companhia das letras, 2020.

KRENAK, Ailton. Futuro ancestral. São Paulo: Companhia das letras, 2022.

LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos: ensaio de antropologia simétrica. Rio de Janeiro: Ed. 43, 1994.

LATOUR, Bruno. Diante de Gaia: oito conferências sobre a natureza no antropoceno. São Paulo / Rio de Janeiro: Ubu Editora : Ateliê de Humanidades Editorial, 2020a.

LATOUR, Bruno. Onde aterrar? Rio de janeiro: Bazar do Tempo, 2020b.

MARQUES, Luiz. Capitalismo e colapso ambiental. Campinas: editora da UNICAMP, 2018.

MARQUES, Luiz. O decênio decisivo: propostas para uma política de sobrevivência. São Paulo: Elefante, 2023.

MILLÁS, Cláudia Regina Garcia. O corpo-em-fluxo na escalada em ambiente natural: possibilidades de emancipação. Motrivivência, Florianópolis, v. 32, n. 63, p. 01-20, 2020. Disponível em:

https://periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/view/2175-8042.2020e73972. Acesso em: 16 set. 2025.

MILLÁS, Cláudia Regina Garcia. Corpo-em-fluxo: conexões entre dança, educação e saúde. Interface (Botucatu), Botucatu, v.25, e200376, 2021. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-32832021000100236&lng=en&nrm=iso&gt Acesso em: 16 set. 2025.

MOORE, Jason W. (org.). Antropoceno ou capitaloceno? A natureza, história e a crise do capitalismo. São Paulo: elefante, 2022.

NELSON, Matthew. Embodied ecology: the eco-somatics of permaculture. Choreografic Practices, v. 9, n.1, 2018.

POVINELLI, Elizabeth A. Geontologias: um réquiem para o liberalismo tardio. São Paulo: Ubu editora, 2023.

PYNE, Stephen J. Piroceno: de como a humanidade criou uma idade do fogo e o que virá a seguir. Portugal: Livros Zigurate, 2023.

IPCC. Sixth Assessment Report. The Pshysical Science Basis. 2021. Disponível em: https://www.ipcc.ch/report/ar6/wg1/ Acesso em: 14 set. 2023.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Para uma sociologia das ausências e uma sociologia das Emergências. Revista Crítica de Ciências Sociais [Online], 63, p.237-280, 2002. Disponível em: http://journals.openedition.org/rccs/1285 Acesso em: 16 maio 2023.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Para além do Pensamento Abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. Revista Crítica de Ciências Sociais, 78, p. 3-46, outubro 2007.

SANTOS, Boaventura de Sousa. A gramática do tempo: por uma nova cultura política. São Paulo: Cortez, 2010.

STENGERS, Isabelle. No tempo das catástrofes: resistir à barbárie que se aproxima. São Paulo: Cosac&Naify, 2015.

TSING, Anna Lowenhaupt. Viver nas ruínas: paisagens multiespécies no antropoceno. Brasília: IEB Mil Folhas, 2019.

WALLA, Nala. Body as place: somatic guide t ore-indigenization. Gaia Educations´s Ecovillage Designe Curriculum, 2009.

WALLA, Nala. Body as place: A somatic guide to re-indigenization, in Martin Keogh (ed.), Hope Beneath Our Feet: Restoring Our Place in the Natural World, Berkeley, CA: North Atlantic Books, p. 150–157, 2010.

WALLA, Nala. The farmer and the witch: replanting the seeds of indigeneity. T&F, p.102-115, 2016.

Publicado

18-12-2025

Como Citar

MILLÁS, Cláudia Regina Garcia. Ecossomática: reflexões acerca de práticas ecológicas ante os desafios socioambientais do Antropoceno . Urdimento - Revista de Estudos em Artes Cênicas, Florianópolis, v. 3, n. 56, p. 1–26, 2025. DOI: 10.5965/1414573103562025e0104. Disponível em: https://www.periodicos.udesc.br/index.php/urdimento/article/view/27923. Acesso em: 19 dez. 2025.